Sinopse:
"Uma cirurgia revolucionária promete aumentar o QI do paciente. Charlie Gordon, um homem com deficiência intelectual severa, é selecionado para ser o primeiro humano a passar pelo procedimento. O experimento é um avanço científico sem precedentes, e a inteligência de Charlie aumenta tanto que ultrapassa a dos médicos que o planejaram. Entretanto, Charlie passa a ter novas percepções da realidade e começa a refletir sobre suas relações sociais e até o papel de sua existência."

Ano passado, um dos livros que mais vi ser resenhado nos perfis literários foi Flores Para Algernon. Fiquei curiosa e criei diversas expectativas sobre esse livro. 


 Quando por fim comecei a ler, minhas expectativas foram quebradas, mas não de uma forma necessariamente ruim. Vale salientar que li em uma edição em inglês, e ler na língua original fez diferença. Já comecei achando genial a escolha do autor de nos fazer ler pela perspectiva do Charlie e os primeiros capítulos terem diversos erros ortográficos - inclusive fiquei muito intrigada sobre como traduziram essas partes para o português. Acompanhamos a evolução da inteligência dele na escrita.


 E quanto mais inteligente o Charlie ficava, mais ele percebia as coisas a que foi submetido: zombaria, agressões psicológicas… nesse ponto, comecei a me perguntar do que vale o crescimento exponencial da inteligência, se o emocional não evolui tanto quanto? Uma hor, essa diferença pesa e faz com que entremos em crise. Não foi diferente com Charlie.


  • "Eles fingiram ser gênios. Mas eram apenas homens comuns trabalhando cegamente, fingindo ser capazes de trazer luz às trevas. Por que é que todo mundo mente? Ninguém que eu conheço é o que parece ser." 

 Mas a coisa que mais me provocou um misto de emoções foi como tratavam Charlie antes da cirurgia; ele não era visto como um indivíduo. Seria mesmo a inteligência que nos define enquanto sujeitos? Ou seria a capacidade de sentir, de sofrer dores tão humanas, demasiadamente humanas?


 Não me emocionei como vi muitos falarem que se emocionaram - derramei apenas uma ou duas lágrimas nas duas últimas páginas do livro. Mas passei toda a leitura com uma angústia morando no peito, uma dor empática para com o Charlie. Por mais que ele tenha muitas falhas, ele também foi um dos personagens mais humanos que tive já li - e quem me acompanha aqui sabe como prezo por personagens mais humanos, reais.


 Recomendo e muito esse livro, salvo os gatilhos que contém. Vai além da ficção científica: é um retrato de uma realidade incômoda e ainda presente atualmente. E você, já leu ou quer ler? Conta pra mim nos comentários


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